Pelo jeito não vou ficar sabendo de mais nada do Seu Ismael; a memória de seus companheiros gira em torno do sempre mesmo; ou eles não querem contar nada; mas o que poderiam contar, além do já contado, teria algo pior?
O acesso é negado pela diferênça dos mundos em que vivemos, o meu e o deles; mundos que por instantes podem-se cruzar, mas no fundo estão separados por um abismo. Minha má consciência de ter abandonado um corpo humano como se fosse um cachorro morto moveu mais minha curiosidade do que minha empatia?
E agora José? O que vai ser deles após esse meu contato? Será que querem ser "encaminhados" como falou Leonel? Vão se sentir explorados? Ou, pelo menos, meu interesse deixou-os um pouco mais felizes? Ai, que impotência, que dúvidas, que mal-estar. A questão social coloca tudo na balança, até o próprio fazer artístico. Vou pensar...
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