terça-feira, 15 de março de 2011

grande espanto

Para meu grande espanto, os japonêses, com toda sua trágica luta pela pura sobrevivência e seu medo existencial de morte iminente por radiaçaõ, não fizeram saques, nem partiram apra a violência. Por isso me pergunto e pergunto aos defensores do evolucionismo: a civilização não pode ganhar em última análise? a solidariedade não será mais forte?

Um comentário:

  1. Verdade. A única notícia que não ouvi sobre o Japão. Nenhum saque, nenhum roubo, nenhuma violência, nenhum desvio de doações, nada, nadinha. Será que os japoneses conseguiram aplacar seus genes, superar seus instintos e alcançaram o tão sonhado posto de povo civilizado? Ou será que a fartura é tanta, a organização é eficiente, o socorro funciona, que o nível de stress provocado por esta catástrofe não atingiu o limiar da liberação de uma resposta instintiva? Ora, ainda acredito na segunda hipótese. Os japoneses foram esclarecidos, treinados, re-treinados, para enfrentarem este tipo de fenômeno. Ainda mais, eles acreditam na sua organização, no seu governo e nas suas instituições. Por mais desesperadora que possa parecer esta situação eles conseguiram reagir com bom senso, com tranquilidade, com coerencia, ou dito de outra forma, com civilidade, a estes acontecimentos. Reagiram assim porque a fronteira que separa o comportamento animal do humano não foi ultrapassada. E se tivesse sido? Só para lembrar, voltando um pouquinho no tempo, em 1937 o exército japonês tomou a capital chinesa Nanking, morreram em torno de 300000 chineses, além de terem violentado sexualmente mais de 20 mil mulheres. Claro que deve ter ocorrido tudo de forma bem organizada. E nem faz tanto tempo assim. O comportamento instintivo dos animais (nossos) como o instinto materno, cuidar dos filhos, desejos sexuais, instinto de preservação, falam mais alto se as estruturas complexas das relações sociais humanas falharem. Isto não aconteceu nesse episódio. Trata-se, pois, de um bom sinal. Parece que o ser humano está conquistando sua independência biológica. Quanto tempo mais precisaremos para vencer nossos genes, ou trocá-los, é outra questão!

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